Não sabemos como será o futuro. Essa limitação tem assombrado a humanidade desde, bem, desde a história registrada. Histórias, peças de teatro, poemas e, mais recentemente, filmes e programas de televisão há muito lutam com o que é desconhecido quando se olha para o futuro. Mas a maioria contém uma verdade universal: sabemos que o que fazemos hoje terá impacto amanhã.
No século 21, pensar no amanhã tornou-se cada vez menos uma atividade que fazemos com entusiasmo e mais uma atividade que fazemos com apreensão. À medida que as previsões sobre as mudanças climáticas pioram, a necessidade de fazermos algo a respeito hoje é cada vez mais óbvia.
Como grandes atores no cenário mundial, as corporações estão sendo demandadas para liderar o caminho para um futuro mais sustentável e melhor para todos nós. De acordo com um relatório recente da PwC (já falado aqui em outros artigos), as questões ESG estão entre as principais prioridades dos CEOs em todo o mundo, juntamente com prioridades de longa data, como crescimento de receita e retenção de talentos.
Mas uma organização não pode fazer isso sozinha. Um relatório da McKinsey de 2021 descobriu que dois terços dos compromissos ESG de uma organização estão com seus fornecedores. Em outras palavras, escolher os parceiros fornecedores certos e gerenciá-los bem talvez seja a decisão mais impactante para uma empresa quando o assunto é sustentabilidade.
Com essas prioridades ESG elevadas, quais são algumas tendências que podemos esperar que venham à tona em 2022, especialmente quando se trata de selecionar parceiros ao longo da cadeia de suprimentos com o objetivo de reduzir as emissões e melhorar a sustentabilidade?
Para as empresas que querem fazer o certo pelo meio ambiente, aqui estão algumas áreas para focar.
Transparência e impacto real
Os clientes estão exigindo mais transparência sobre o impacto climático e ecológico não apenas das empresas e marcas de quem compram diretamente, mas também dos parceiros com os quais a empresa trabalha.
As pontuações ESG são um ponto de partida sólido, mas os detalhes mais sutis dessas pontuações podem ser difíceis de transmitir facilmente aos parceiros em potencial, muito menos ao consumidor final. Mais precisa ser feito para tornar o perfil de sustentabilidade de uma empresa prontamente aparente. No entanto, quando se trata de desenvolver relacionamentos com fornecedores, felizmente há tempo para abordar esses fatores em detalhes ao longo do processo de verificação.
Construindo ESG no cotidiano
Ao se envolver com fornecedores que estão tomando medidas demonstráveis para melhorar sua pegada ambiental, as empresas estão ajudando seus próprios perfis ESG, pois as emissões produzidas pelos parceiros da cadeia de suprimentos de uma empresa se enquadram na categoria “Escopo 3” (mais sobre isso abaixo). Mas isso também tem o benefício adicional de incentivar os fornecedores a melhorar suas práticas sustentáveis e elevar o nível geral das iniciativas ESG em geral.
Se um fornecedor não se esforçar para ser mais sustentável em suas operações, seus negócios serão prejudicados, e aqueles que fizerem isso corretamente crescerão e assumirão mais trabalho. Assim, com o tempo, as cadeias de suprimentos se tornarão cada vez mais ecologicamente corretas se isso continuar sendo reforçado.
Foco na redução das emissões do Escopo 3
Quando falamos de emissões de fornecedores, estamos falando de emissões de Escopo 3, que são todas as emissões associadas, não à própria empresa, mas pelas quais a organização é indiretamente responsável, acima e abaixo de sua cadeia de valor. Isso significa principalmente as emissões dos fornecedores com os quais trabalha, mas também é abrangente para outras áreas que não se enquadram nos Escopos 1 ou 2.
O Escopo 3 tende a ser o maior quando se trata de produção de emissões, mas tradicionalmente tem sido ignorado em favor das correções mais imediatas que as empresas podem fazer. Escolher equipamentos mais eficientes ou fontes de combustível mais sustentáveis são ações fáceis de identificar e abordar. Mas agora que temos controle sobre esses problemas mais fáceis de resolver, a questão é: como podemos dar o próximo passo para levar nossa sustentabilidade a um nível mais alto? Tivemos menos controle sobre o Escopo 3 no passado, mas com as ferramentas e os dados que temos à nossa disposição, estamos em posição de impulsionar mudanças positivas nessa área em 2022.
Um ganha-ganha
Hoje, as corporações têm uma capacidade única de afetar mudanças ambientais positivas avaliando a maneira como gerenciam sua cadeia de suprimentos e parceiros fornecedores – uma área muitas vezes negligenciada no passado ao discutir o impacto ambiental. Nossa visibilidade do nosso impacto ambiental e as ferramentas que temos à nossa disposição para criar mudanças nunca foram melhores. É hora de tomarmos as medidas necessárias para causar um impacto real e positivo.
A sustentabilidade está se tornando uma prioridade cada vez maior à medida que parceiros, clientes e fornecedores exigem transparência sobre carbono e impacto social, buscam compromissos com maiores prioridades ESG em mente e visam empresas com valores compartilhados para parcerias e acordos de negócios. Não é apenas a coisa certa a fazer – é também uma jogada inteligente de negócios.
Publicado originalmente no Linkedin.