ESG – Conceito, Origem e Benefícios

ESG é uma sigla em inglês para os Environmental, Social e Governance que, em português significa Ambiental, Social e Governança, e se refere a práticas adotadas pelas empresas para minimizar seus impactos ambientais e para construir relações sociais mais justas com seus colaboradores e com a sociedade. Bem como para melhorar a prática de governança, não apenas referente a ética dos negócios, que inclui o combate à corrupção, assédio moral, racismo, etc. mas também da incorporação das demais áreas ESG como estratégia das organizações.

Nascido oficialmente no ano 2004, quando o Secretário Geral da ONU Kofi Anna escreveu para 55 CEOs das maiores instituições financeiras do mundo convidando-os para se juntarem a iniciativa de liderar o desenvolvimento e o lançamento do relatório Who Care Wins. O documento aponta diretrizes e recomendações em como integrar questões ambientais, sociais e de governança no gerenciamento de ativos.

O conceito ESG ganhou força política no ano 2015 quando os estados membros da ONU ratificaram o Acordo de Paris. onde adotaram a agenda 2030 e estabeleceram os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, conhecidos como ODSs. E foi definitivamente incorporada na vertente econômica em 2020 quando o CEO da BlackRock, a maior gestora de fundos de capital do mundo, anunciou que a sustentabilidade se tornaria um critério para decisões de investimentos.

Desde então, outros fundos de investimentos também estão colocando o conceito de investimentos responsáveis como papel decisivo na alocação de recursos. Atualmente, mais de US$ 30 trilhões são gerenciados com estratégias sustentáveis. Isso representa aproximadamente 36% de todos os ativos do mundo. Na Europa, os investimentos responsáveis representam 50% de todo o continente, mais de 14 trilhões de dólares. Nos Estados Unidos aproximadamente 25% e no Brasil já se soma US$700 milhões em fundos ESG. Empresas com valor de mercado de R$1,8 trilhão representam 15 setores que estão nos índices de sustentabilidade empresarial da BOVESPA.

A COP26, conferência das Nações Unidas sobre mudança climática, realizada em novembro, evidenciou ainda mais a importância da agenda as mudanças climáticas. um dos principais pontos concluídos é a urgência e necessidade de intensificação das ações para redução da concentração de gás carbônico na atmosfera.

A COP26 demonstrou que, independentemente do tamanho da organização, todas devem estar envolvidas na redução dos impactos negativos e potencialização dos impactos positivos. As grandes empresas já reconhecem a necessidade de construir cadeias de fornecimento sustentáveis. E pequenas e médias empresas já estão sendo cobradas para reconhecerem e adotarem medidas ESG. Em breve, essas práticas serão mandatórias para a contratação.

As políticas de ESG estão acessíveis para pequenas e médias empresas através de boas práticas, incluindo processos menos impactantes, cuidado com os funcionários e comunidade do entorno, e compensação dos impactos negativos ainda presentes.

Como benefícios, as empresas desfrutam de uma melhor reputação e uma maior visibilidade frente aos clientes, garantem a sustentabilidade e perenidade das operações onde estão instaladas, e diminuem riscos operacionais e organizacionais.

Os consumidores estão mostrando que a preocupação com o meio ambiente e com o social são critérios muito importantes na hora de escolher de quais empresas serão adquiridos seus produtos. Cerca de 32% da população global prefere empresas que adotam práticas sustentáveis efetivas e a geração Z por exemplo está disposta a pagar preços até 50% mais caros para produtos serviços sustentáveis.

Essa é apenas uma questão a ser levada em consideração pelas empresas. Contudo, é necessário que os gestores visualizem os ganhos de eficiência possibilitados por essas práticas, e consequentemente de competitividade, e o fortalecimento institucional de longo prazo além da redução de riscos. Só assim alcançaremos o objetivo de termos o desenvolvimento econômico em harmonia com o meio ambiente e com a justiça social.

André Rocha é Engenheiro Ambiental e diretor da Three Engenharia.

Publicado originalmente em Linkedin.

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